Cidades sustentáveis exigem redução de desigualdades

cidades sustentáveis

Em sua série especial “Retomada Verde”, o Estadão abordou ontem (27/8) os desafios para a transformação das cidades em áreas mais sustentáveis, capazes de oferecer qualidade de vida aos seus habitantes sem causar mais pressões e danos ao meio ambiente. A discussão não é banal: até 2050, pelo menos 70% da população mundial viverá nas cidades, bem acima dos 55% de hoje.

Especialistas das mais diversas áreas ressaltaram a importância de reinventar os espaços urbanos para que ofereçam diferentes serviços às pessoas o mais próximo possível de suas casas, bem como reduzir distâncias entre casa e trabalho. Outro foco é a reorganização do espaço urbano, orientando-o para a circulação de pedestres e bicicletas. A infraestrutura também é um ponto, particularmente na adaptação das estruturas às mudanças climáticas.

O combate às desigualdades sociais é considerado central para viabilizar cidades mais sustentáveis. “A gente não pode falar em cidades sustentáveis sem falar em justiça social”, defendeu Fabiano Lemes de Oliveira, professor de urbanismo da Universidade Politécnica de Milão (Itália). “Quando a gente fala de fazer cidade, falamos de usos múltiplos, diferentes grupos sociais, de conexão entre os espaços. E isso a gente não vê muito”.

“Temos de mudar o paradigma, mas não (para) uma cidade que melhore pela tecnologia ou por intervenções em grandes obras, mas uma cidade que oferece uma qualidade de vida porque há muitos serviços para os cidadãos em muitos lugares da cidade”, defendeu Carlos Moreno, professor da Universidade de Sorbonne (França), em entrevista. A chave é “distribuição, descentralização, com uma visão de ecologia, humanista e de economia circular”.

 

ClimaInfo, 28 de agosto de 2020.

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