Segundo o programa de monitoramento Copernicus, da União Europeia, a quantidade de CO2 emitida pelos incêndios florestais no Ártico até agora em 2020 chegou a 245 megatoneladas – 35% maior do que todas as emissões decorrentes de episódios similares nessa região em todo o ano de 2019 (181 megatoneladas).
O The Guardian informou que, até o final de julho, cerca de 600 focos ativos de incêndio tinham sido registrados no Ártico neste ano, bem acima dos 400 observados no ano passado. A média anual entre 2003 e 2018 é ainda mais baixa: cerca de 100. Isso evidencia a gravidade dos incêndios florestais recentes na região, especialmente na Sibéria russa.
O calor intenso deste verão é o principal motor destes incêndios. Além da ressecar a vegetação e facilitar a ocorrência de fogo, o calor está derretendo o permafrost, a camada de solo congelado, o que vem causando desde buracos gigantescos na terra até o colapso de infraestruturas.
Em tempo: Levantamento da Reuters mostra uma intensificação das viagens mercantes na região do Ártico nos últimos anos, por conta da desobstrução da região de mar antes congelada. Entre 2016 e 2019, o tráfego ao longo da costa siberiana aumentou 58%. A passagem mais constante dessas embarcações deixa um rastro de poluição que pode contribuir ainda mais para o degelo, já que a fuligem liberada pelos motores dos navios cobre o gelo e a neve, o que intensifica a absorção de radiação solar.
ClimaInfo, 1º de setembro 2020.
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