Estiagem diminui níveis de reservatórios e pressiona geração elétrica

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O setor elétrico se prepara para uma situação complicada nos próximos meses. A diminuição do volume de chuvas neste verão pressionou a geração elétrica em duas das maiores usinas hidrelétricas do país. As usinas de Belo Monte (PA) e Santo Antônio (RO) enfrentam problemas com o IBAMA por divergências sobre o volume e a vazão dos reservatórios. As restrições impostas pelo órgão ambiental estão dificultando o modelo de negócio das usinas, o que, segundo seus controladores, pode inviabilizar seu próprio funcionamento.

No caso de Belo Monte, IBAMA e Norte Energia chegaram a um acordo no começo de fevereiro para manter uma vazão mais baixa ao longo de 2021, em troca de ações da empresa para minimizar os impactos da usina no trecho de vazão reduzida do rio Xingu.

Na Folha, Nicola Pamplona e Julio Wiziack fizeram um raio-X da situação, destacando os conflitos que a escassez de água já está causando na operação dessas usinas e o potencial custo bilionário de medidas para impedir um “apagão”. A reportagem destacou como a redução das chuvas em todo o país nos últimos anos está prejudicando o setor elétrico, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Na 5a feira (11/3), os reservatórios dessas regiões estavam com 32,5% de sua capacidade de armazenamento, um dos piores índices desde 2015. A série histórica mostra que há dez anos esse valor não supera os 80%.

Em tempo: Como destacou Guilherme Checco (Instituto Democracia e Sociedade, IDS) no Estadão, a estiagem e a diminuição dos reservatórios reforçam a importância de o poder público, a iniciativa privada e os cidadãos olharem mais para a questão da segurança hídrica no contexto da mudança do clima. Ele ressaltou o papel das áreas de mananciais, responsáveis pela produção da água utilizada no abastecimento das principais áreas urbanas do Brasil, e como as ações de proteção e recuperação ambiental podem contribuir também para o desenvolvimento local e a geração de renda através de uma economia sustentável.

 

ClimaInfo, 15 de março de 2021.

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