O Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança do Clima (IPCC) publica nesta 2ª feira (9/8) o sumário para tomadores de decisão de seu working group do 6º relatório de avaliação (AR6), o qual sintetiza estudos científicos mais recentes sobre a crise climática.
O cenário a ser apresentado pelos cientistas não é bom: o aquecimento global está se intensificando e muitas das alterações climáticas precipitadas por ele são inevitáveis – e algumas já estão sendo sentidas de forma mais evidente em diversas partes do mundo.
Uma das novidades do relatório será a primeira estimativa do IPCC acerca do volume de gases de efeito estufa que ainda pode ser lançado na atmosfera sem comprometer as metas do Acordo de Paris para que se limite o aumento da temperatura média da Terra em, no máximo, 2°C em relação aos níveis pré-industriais até 2100. O dado será relevante para a revisão dos compromissos nacionais de mitigação sob o Acordo, prevista para 2023. O documento também deve reforçar os impactos potenciais de um aquecimento acima de 2/C.
O relatório do IPCC deve servir também como um “puxão de orelhas” para os governos antes da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), programada para novembro em Glasgow. Mesmo com a intensificação de eventos climáticos extremos e o discurso acerca de uma retomada econômica “verde” pós-pandemia, as principais economias do mundo seguem com o freio de mão puxado no que diz respeito às metas nacionais de redução de emissões de carbono.
A atualização das contribuições nacionalmente determinadas (NDC) antes da COP26 foi incompleta, com muitos países importantes (como Índia e China) deixando de apresentar a nova versão de seus compromissos sob o Acordo de Paris. Ao mesmo tempo, a comunidade internacional também tropeça no financiamento à ação climática nos países pobres, com recursos muito aquém do necessário para se viabilizar os planos climáticos dessas nações.
O panorama para o novo relatório do IPCC foi explorado por diversos veículos nos últimos dias, com destaque para AFP, Bloomberg, Conversation, Financial Times, Guardian e Reuters.
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ClimaInfo, 9 de agosto de 2021.
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