Exploração de campos maduros de petróleo ganha impulso no Brasil

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Ueslei Marcelino/Reuters

A alta dos preços internacionais do petróleo está convencendo algumas empresas a investir na revitalização de campos brasileiros de petróleo e gás considerados maduros – ou seja, que já passaram de seu pico de produção – para aumentar a produtividade no curto prazo e aproveitar a bonança atual do mercado. Essa “raspa do tacho” beneficiaria principalmente as reservas em processo final de exploração, como campos terrestres e em águas rasas. Antes da pandemia, esses poços enfrentavam problemas de viabilidade econômica para se manter ativos.

Como destacou o Valor, o potencial desses campos maduros para ampliar a oferta de petróleo seria pequeno. No total, a exploração desse tipo de poço representa uma parcela muito pequena da produção diária de petróleo do Brasil. Além disso, as empresas também enfrentam problemas operacionais para ampliar a produção dessas áreas, especialmente em sua cadeia de abastecimento, desmobilizada nos últimos anos por conta da baixa produção.

Por falar em petróleo, a Folha citou o ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, sobre a correria do governo federal para conter os preços da gasolina e do diesel no mercado nacional. Para ele, demitido em fevereiro do ano passado exatamente por conta do repasse da alta dos preços internacionais aos consumidores domésticos, a discussão do governo e do Congresso em torno de um controle sobre os preços do combustível é “um besteirol”, já que o petróleo é uma commodity e, dessa forma, tem seus preços definidos em dólar. “O Tesouro Nacional não está nadando em dinheiro. O Brasil precisa perseguir o equilíbrio fiscal e, em termos de alocação de recursos, [subsídio] não é a melhor destinação”, disse Castello Branco.

 

ClimaInfo, 29 de março de 2022.

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