Financiamento climático segue abaixo dos US$ 100 bilhões anuais

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Michael Buholzer/Keystone via AP

Uma análise da OCDE mostrou que o financiamento climático internacional segue com o freio de mão puxado. Em 2020, os países desenvolvidos forneceram US$ 83,3 bilhões aos países em desenvolvimento, cifra 4% superior àquela registrada em 2019, mas ainda distante da meta de US$ 100 bilhões prometida por essas nações.

De acordo com a OCDE, a maior parte do financiamento climático de 2020 foi direcionada aos esforços de mitigação, mas o financiamento fornecido para ações de adaptação cresceu e representou um terço do total.

O financiamento de mitigação se concentrou principalmente em atividades de energia e transporte, enquanto o financiamento de adaptação se concentrou em atividades de abastecimento de água e saneamento, além de agricultura, silvicultura e pesca.

Mais de 70% do total de recursos públicos oferecidos para financiar a ação climática foram na forma de empréstimos, com o financiamento público por meio de subvenções representando 26% do total. Os principais beneficiários foram os países em desenvolvimento da Ásia, que receberam 42% do total, seguidos pela África (26%) e pelas Américas (17%). Em termos de renda, os países de renda média baixa foram destinatários da maior parte dos recursos (43%), com os países de renda média alta recebendo 27%, e o restante dividido entre países de baixa renda (8%) e de alta renda (3%).

“O financiamento climático cresceu entre 2019 e 2020, mas, como esperávamos, ficou aquém do aumento necessário para atingir a meta de US$ 100 bilhões até 2020”, disse o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann. “Os países desenvolvidos precisam intensificar seus esforços de acordo com compromissos declarados na COP26, o que significaria que a meta de US$ 100 bilhões seria alcançada a partir do próximo ano. Isso é fundamental para construir confiança à medida que continuamos a aprofundar nossa resposta multilateral às mudanças climáticas.”

Lembrando que, inicialmente, o objetivo de financiamento de US$ 100 bi deveria ter sido cumprido a partir de 2020, com esse valor servindo como piso mínimo para o financiamento anual. No entanto, a pandemia acabou forçando um adiamento dessa meta para 2025.

A notícia é da Bloomberg e do Climate Home

Em tempo: Não são apenas os governos que estão fracassando no esforço de apoiar a ação climática. Os bancos mais influentes do mundo também estão tropeçando nessa agenda e continuam injetando bilhões de dólares anuais na indústria dos combustíveis fósseis. Um levantamento do Grupo de Investidores Institucionais sobre Mudança do Clima (IIGCC) mostrou que 27 das principais instituições financeiras e bancárias da América do Norte, Europa e Ásia não estão fazendo jus às promessas climáticas feitas por suas direções e seguem com seus negócios desalinhados em relação aos objetivos de descarbonização assumidos nos últimos anos. A Associated Press deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 1º de agosto de 2022.

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