Reaproximação entre China e EUA traz esperança para negociações climáticas em 2023

COP27 EUA China cooperação
UNFCC COP27 Flickr

Depois de meses de estranhamento entre China e Estados Unidos – após a visita à Taiwan, por parte da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi –, os dois gigantes voltaram a se reaproximar. Na COP27, no Egito, os ânimos eram mais amigáveis, a ponto de o enviado climático chinês, Xie Zhenhua, participar de uma reunião sobre metano a convite de seu colega americano, John Kerry.

“Colegas, vocês devem achar um pouco estranho o porquê do enviado climático chinês participar [da reunião] do compromisso global de metano”, disse Xie, explicando que estava ali por convite de seu “bom amigo” Kerry, conforme reprodução da fala publicada no Climate Change News. A China não assinou o compromisso global do metano, lançado na COP26, em Glasgow, no ano passado, ainda que esteja preparando um plano nacional para reduzir suas emissões desse gás. O metano é o segundo principal gás do efeito estufa, com tempo de vida mais curto, porém, mais potente no aquecimento.

Além da participação na reunião, a aproximação entre Estados Unidos e China é importante para o andamento de ações de controle das mudanças climáticas, pois os dois estão no topo da lista de maiores emissores globais de gases de efeito estufa, lembra a CNN.

Em tempo: O jornal The New York Times traça o perfil de uma figura curiosa da delegação americana. Trata-se da advogada Sue Biniaz, apelidada de “The Closer”. Ela tem um talento único, conta seu chefe, John Kerry: encontrar a palavra certa com o significado adequado para destravar tensões e criar acordos entre partes na Convenção da ONU para o clima. No texto, assinado por Lisa Friedman, descobre-se que a advogada acalmou a China com uma frase de seis palavras e, assim, pavimentou o caminho para o Acordo de Paris. Em 2011, Biniaz colocou Europa, Estados Unidos, China e Índia no mesmo barco da redução de gases de efeito estufa. “Algumas pessoas dizem que são apenas palavras, mas como assim, apenas palavras? Acordos internacionais são somente palavras. É o reflexo do que pensamos quando acordamos com outros países. Se as palavras não importam, então todo o compromisso cai por terra”, disse Sue Biniaz ao jornal norte-americano.

 

ClimaInfo, 21 de novembro de 2022.

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