O “novo anormal”: clima em 2022 foi menos extremo que o dos últimos anos

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AP / Gerald Herbert

Os desastres climáticos deram o tom do noticiário internacional em 2022. O calor intenso na Índia, as chuvas torrenciais no Paquistão, a seca histórica na Europa e na China, incêndios florestais, deslizamentos de terra, inundações…

Mesmo com tanta destruição, o balanço final de 2022 é positivo em relação ao do ano passado, com uma queda nos prejuízos acumulados pelo clima extremo em todo o mundo, como assinalou a Swiss Re no começo do mês. Mas essa queda é ilusória. Ou, como bem colocou a Associated Press, é o “novo anormal”.

“Quase nos acostumamos com os extremos. E este ano, em comparação com muitos anos no passado, seria considerado bastante intenso, mas em comparação com os anos mais extremos, como 2017, 2020 e 2021, ele parece [ter] um ligeiro ajuste para baixo”, afirmou o meteorologista Adam Smith, da Administração Nacional Atmosférica e Oceânica (NOAA) dos Estados Unidos. “Estamos apenas nos acostumando com isso, e essa não é uma boa maneira de avançar para o futuro”.

Para efeito de comparação, na década de 1980, os EUA tinham em média um desastre climático com prejuízos de bilhões de dólares a cada 82 dias; agora, isso acontece a cada 18 dias. Ou seja, 2022 foi um “novo anormal” dentro de um contexto de normalidade climática cada vez mais desastroso.

Em tempo: O Estadão fez uma reportagem abrangente sobre o relatório recente da Organização Meteorológica Mundial acerca dos efeitos da mudança do clima na segurança hídrica. Especialistas brasileiros comentaram sobre as conclusões do estudo e apontaram para riscos específicos aos quais o Brasil está mais exposto, especialmente a redução de disponibilidade de recursos hídricos no futuro.

 

ClimaInfo, 12 de dezembro de 2022.

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