O calor extremo causado pelas mudanças climáticas leva a humanidade ao limite de sua sobrevivência

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AFP

Já estamos sentindo no corpo, mas é sempre importante repetir, já que ainda existem muitos “terraplanistas” e assemelhados negando o óbvio: as mudanças climáticas estão elevando as temperaturas e tornando as ondas de calor mais frequentes e mais agudas em várias partes do planeta. Com isso, a umidade e o clima extremo estão testando os limites do corpo humano.

O aumento das temperaturas globais vem aumentando o risco de pessoas morrerem ou ficarem incapacitadas por trabalhar em calor extremo. Foi o que disseram especialistas na Occupational Heat Stress Conference, relata o SCMP. Segundo eles, dezenas de milhares de trabalhadores em todo o mundo morreram de doença renal crônica e outros males relacionados ao calor extremo nas últimas décadas.

A Bloomberg lembra que no ano passado, quando o calor escaldante atingiu Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Sri Lanka, a capital indiana, Nova Deli, registrou picos de mais de 49°C. Segundo uma estimativa, 90% dos 1,4 bilhão de habitantes da Índia sofreram graves problemas de saúde ou econômicos.

Neste ano, a Índia viveu o fevereiro mais quente desde 1901. E para piorar ainda mais a situação, há novos alertas de calor extremo para partes do país em junho, com a chegada do verão. O resultado: pressão sobre a geração de energia e as redes elétricas, as plantações e centenas de milhões de trabalhadores.

A onda de calor histórica também atinge o Sudeste Asiático, trazendo temperaturas recordes e causando um estresse térmico perigoso, com grave ameaça a populações vulneráveis, lembra o Washington Post. Ao calor extremo, soma-se outro problema, de acordo com a NBC: níveis preocupantemente altos de poluição do ar – o que pode tornar uma situação já perigosa ainda mais mortal.

Na vizinha China, a expectativa de temperaturas extremamente quentes não é diferente. E isso aumenta o risco de uma nova onda de escassez de energia elétrica no país, que no ano passado interrompeu as cadeias de suprimentos globais, de carros a painéis solares, lembra a Bloomberg.

O mesmo vale para o Ocidente: grande parte da Europa e do nordeste dos Estados Unidos estão prestes a enfrentar temperaturas sufocantes no verão, bem acima das médias históricas, com riscos para as colheitas e o fornecimento de energia. Segundo a Bloomberg, cientistas do Copernicus Climate Change Service apontam que há mais de 60% de chances de que as temperaturas no nordeste estadunidense, Espanha, França e Itália fiquem bem acima da média de junho a agosto.Uma onda de calor “impossível”, não fosse a crise climática, já chegou a Espanha e Portugal. Por causa disso, o governo espanhol anunciou que vai proibir alguns trabalhos ao ar livre durante condições de calor extremo, segundo o Yahoo. A proibição entrará em vigor quando a agência meteorológica nacional AEMET emitir alertas sobre risco severo ou extremo de altas temperaturas.

ClimaInfo, 10 de maio de 2023.

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