Lula cobra ação de ministérios contra crise humanitária e garimpo na Terra Yanomami

Lua pressiona proteção Terras Yanomami
Lalo de Almeida/Folhapress

Além de ministérios, o presidente acionou até a ABIN para ajudar nas ações para expulsar os garimpeiros do território Yanomami e entregar mantimentos aos indígenas.

As dificuldades para combater o garimpo ilegal e proteger as comunidades indígenas na Terra Yanomami, em Roraima, estão irritando o Palácio do Planalto. De acordo com a Folha, o presidente Lula intensificou nos últimos meses a cobrança sobre uma resposta efetiva à crise.

A pressão subiu no final de dezembro, quando o Palácio convocou uma reunião interministerial e começou a distribuir “broncas”. Até mesmo a famigerada Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) teria sido acionada pelo presidente para ajudar na logística de entrega de alimentos, dificultada pela falta de cooperação das Forças Armadas.

A frustração do presidente reflete a paralisia das ações de combate ao garimpo nos últimos meses. Depois de um impulso inicial nos primeiros meses de 2023, as operações perderam força ao longo do 2º semestre do ano passado, prejudicadas pela ausência dos militares. Só agora, em janeiro, que o Ministério da Defesa prometeu a definição de um plano de ação para as Forças Armadas no território Yanomami.

Para representantes indígenas, a omissão dos militares é um dos principais fatores por trás da volta dos garimpeiros à Terra Yanomami e da persistência da crise humanitária nas aldeias.

Enquanto isso, em Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo, um empresário de 34 anos foi preso na última 3ª feira (30/1) suspeito de envolvimento com o garimpo ilegal na Terra Yanomami. O homem, que não foi identificado, teve sua prisão preventiva requisitada pela Justiça de Roraima. Além de garimpo, o suspeito também é investigado por lavagem de dinheiro, exploração de recursos da União e formação de quadrilha.

Segundo o g1, a prisão está relacionada à investigação da Polícia Federal sobre um esquema de venda de cassiterita retirada ilegalmente do território Yanomami para empresas multinacionais. O minério é usado na fabricação de alimentos, acabamento de carros, fabricação de vidros e telas de celulares. CBN e Folha de Boa Vista também repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 1º de fevereiro de 2024.

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