Após seca histórica na Amazônia, rio Negro volta a subir

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Apesar da subida das águas, capital do Amazonas, Manaus, e outras 61 cidades do estado ainda estão em situação de emergência por conta da estiagem.

O rio Negro, um dos maiores cursos d’água da bacia amazônica, foi um do símbolos da seca histórica e extrema que atingiu a região no ano passado, cuja principal causa foram as mudanças climáticas. No final de outubro o rio atingiu sua menor cota em 121 anos de medição em Manaus, capital do Amazonas: 12,70 metros.

Com o retorno gradual das chuvas, ainda que não nos volumes habituais, o Negro vai aos poucos se recuperando, destaca o g1. Na 3ª feira (6/2), o nível do rio Negro atingiu 21,46 metros. A última vez que o curso d’água registrou cota similar (21,47 m) foi em 11 de setembro do ano passado, segundo dados do Porto de Manaus, que faz medições desde 1902.

A recuperação do Negro beneficiou setores da economia amazonense que dependem de atividades como transporte fluvial e turismo, impulsionando sua recuperação, destaca o Meio Norte. E o processo de cheia também é observado nos principais rios do estado, que mantêm níveis dentro da normalidade para esta época do ano, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Para quem depende do rio para viver, como o marinheiro Misael Oliveira, que trabalha na Marina do Davi, Zona Oeste de Manaus, a situação melhorou, mas a movimentação de clientes ainda é tímida. No Lago do Puraquequara, na Zona Leste da capital, os visitantes voltaram a frequentar os estabelecimentos flutuantes, mas a vegetação que cresceu na seca agora cobre as águas, formando uma camada de capim que dificulta o acesso, explica o g1.

No Lago Tefé, no interior do estado, onde mais de 200 botos morreram – uma imagem trágica e também marcante da crise que o Amazonas enfrentou na seca –, o cenário agora é de normalidade. No entanto, a causa da morte dos animais ainda segue sendo investigada, informou o Instituto Mamirauá.

Apesar da elevação no nível do rio Negro e de outros cursos d’água do Amazonas, a situação no estado ainda não está totalmente normalizada. Os 62 municípios do estado, incluindo Manaus, ainda estão em situação de emergência por conta da seca.

Em tempo: A seca extrema e as altas temperaturas fizeram a Amazônia registrar uma área atingida pelo fogo em 2023 equivalente à soma dos territórios de Irlanda e Bélgica. No total, foram 10,7 milhões de hectares queimados no ano passado, um aumento de 35,4% em relação ao ano anterior, destaca ((o))eco. Os números são de levantamento publicado na 3ª feira (6/2) pelo MapBiomas, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). O segundo bioma que mais queimou no ano passado foi o Cerrado, onde 5 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo, área maior que a Dinamarca. O número representa um aumento de 29% em relação ao ano anterior. Juntos, Amazônia e Cerrado sofreram 91% das queimadas que ocorreram no Brasil em 2023.

 

 

ClimaInfo, 08 de fevereiro de 2024.

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