Abril foi o 2º mais quente da história e o 21º mês além do teto de 1,5oC

Planeta continua em aquecimento contínuo, enquanto cientistas seguem fazendo conexões entre intensidade de eventos extremos e queima de combustíveis fósseis.
9 de maio de 2025
abril quente 1,5oc
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Abril de 2025 foi o segundo mais quente já registrado no planeta, ficando apenas 0,07°C abaixo do recorde estabelecido no ano anterior, segundo dados do observatório europeu Copernicus. A temperatura média global atingiu 14,96°C, cerca de 1,51°C acima dos níveis pré-industriais, reforçando uma tendência preocupante. Este foi o 21º mês nos últimos 22 a superar o limite simbólico de 1,5°C, meta do Acordo de Paris para conter os piores efeitos das mudanças climáticas.

Embora cientistas alertem que o limiar só será considerado oficialmente ultrapassado após duas décadas consecutivas nesse patamar, a persistência de temperaturas elevadas acende um sinal de alerta, especialmente após 2024 ter se consolidado como o ano mais quente da história, com média 1,6°C acima da era pré-industrial.

A análise, compilada a partir de bilhões de medições feitas por satélites, navios, aeronaves e estações meteorológicas em todo o mundo, mostra um planeta em aquecimento. O período de 12 meses entre maio de 2024 e abril de 2025 registrou temperaturas 1,58°C acima dos níveis pré-industriais.

O calor se distribuiu de forma desigual pelo globo, com Europa Oriental, Rússia e Noruega registrando temperaturas acima da média, enquanto Turquia e áreas do norte da Escandinávia seguiram tendência oposta. Fora da Europa, o extremo Oriente russo e o noroeste da Ásia destacaram-se com calor atípico.

Os oceanos também seguiram a tendência de aquecimento, com o Atlântico Norte e o Mediterrâneo apresentando temperaturas excepcionalmente altas, enquanto o Ártico e a Antártica registraram reduções de 3% e 10%, respectivamente, na extensão de gelo marinho em relação à média histórica.

As anomalias climáticas não se limitaram às temperaturas. Enquanto o sul da Europa, os Alpes e partes da América do Sul enfrentaram chuvas intensas, com enchentes e deslizamentos, regiões como Ásia Central e oeste dos EUA sofreram com secas abaixo do esperado.

Os dados do Copernicus foram repercutidos por AFP, Financial Times, Independent, POLITICO e RFI, além de Folha, Olhar Digital, Poder360, UOL Ecoa e Um Só Planeta.

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