
A forte onda de calor que abriu o verão europeu já deixou seus primeiros mortos. Nesta 4ª feira (2/7), autoridades da Espanha confirmaram a morte de quatro pessoas, que se somaram às duas vítimas fatais relatadas na França e outras duas na Itália. As mortes estão relacionadas a incêndios florestais provocados e/ou intensificados pelas altas temperaturas.
Na Espanha, dois óbitos ocorreram devido a um grande incêndio na Catalunha que destruiu fazendas e consumiu 65 km2 de vegetação. Além dos incêndios, países como Itália, França e Alemanha se preparam para tempestades violentas causadas pela instabilidade atmosférica. “Os incêndios atuais são muito mais perigosos que no passado”, alertou o presidente da Catalunha, Salvador Illa, conforme noticiado pela Associated Press. “Desde o início, estava claro que [os incêndios] excediam nossa capacidade de combate – nem com o triplo de bombeiros seria possível contê-los”.
Na 3ª feira (1º), deslizamentos nos Alpes franceses interromperam o tráfego ferroviário entre Paris e Milão. Aproximadamente 300 pessoas foram hospitalizadas na França, onde o governo alertou sobre riscos especialmente para idosos e populações vulneráveis. As altas temperaturas também estão elevando o consumo de energia no país, onde 66% da eletricidade vem de fontes nucleares, enquanto a onda de calor pressiona a rede elétrica por conta do maior uso de ar-condicionado, destaca a Bloomberg.
Enquanto isso, a Turquia conseguiu controlar os incêndios que haviam deslocado 50 mil pessoas dias antes. Já a Itália emitiu alertas vermelhos em 18 cidades após dois homens com mais de 60 anos morrerem em praias da Sardenha. Na Alemanha, cidades como Hamburgo, Colônia, Frankfurt e Stuttgart emitiram alertas de calor extremo, seguindo o padrão de recordes térmicos observados em vários países europeus nos últimos dias.
A Folha informou que o intenso calor que atinge o continente desde o final de semana alcançou a Europa Oriental nesta 4ª feira, com a Alemanha registrando marcas excepcionais para o início do verão. Berlim atingiu 35°C ao meio-dia, com previsão de chegar a 38°C no início da noite.
O calor intenso está causando prejuízos à economia europeia. A Reuters mostrou que o extremo climático pode desacelerar o crescimento econômico do continente em 0,5% ponto percentual no próximo ano, segundo análise da Allianz Research, com impactos desproporcionais entre países – enquanto a Alemanha perderia 0,1% do PIB, a Espanha, onde as temperaturas estão 10°C acima da média, sofreria redução de até 1,4%.
Já um levantamento da Agência Europeia do Meio Ambiente (EEA) destacado pela Deutsche Welle revelou que ondas de calor, enchentes e incêndios florestais estão custando bilhões de euros anuais à Europa. Apenas em 2023, eventos climáticos extremos causaram prejuízos superiores a € 45 bilhões no continente.Washington Post, BBC News, Deutsche Welle, entre outros, acompanham as consequências da onda de calor no verão europeu.