Política de biodiesel causa tensões entre Petrobras e indústria de óleos vegetais

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A disputa entre a indústria de biocombustíveis e a Petrobras sobre o chamado “diesel verde” segue quente. Como destacamos aqui, no final de 2020 o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) criou um grupo de trabalho para analisar a incorporação de novas alternativas renováveis ao óleo diesel no Brasil. A Petrobras está interessada nessa questão, já que se prepara para colocar no mercado o Diesel RX, feito a partir da tecnologia H-Bio, como “diesel verde”. No entanto, para os produtores de biodiesel, o produto não é efetivamente renovável e, caso seja oferecido como tal, pode prejudicar o mercado de biocombustíveis no Brasil.

O Globo Rural ouviu representantes da Abiove, que temem uma decisão favorável à Petrobras nesse embate. Caso seu “diesel verde” seja aprovado, a estatal poderá produzir em suas refinarias um diesel de cogeração com óleos vegetais e que sairia, de fábrica, com 5% de mistura – quase a metade da cota de 13% de mistura prevista para o diesel brasileiro. O setor defende que o governo crie um novo mandato para biocombustível obtido por hidrotratamento, de maneira a evitar que um produto tome espaço do outro no mercado de biocombustíveis do país.

Em tempo: Deputados do PSOL apresentaram um projeto na Câmara para sustar o leilão de áreas para exploração de petróleo próximas ao Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. A proposta cita uma análise técnica feita pelo ICMBio, que apontou para os riscos da extração de petróleo para a vida marinha nessas regiões. A Folha  destacou essa notícia.

 

ClimaInfo, 11 de março de 2021.

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