Rússia fecha gasoduto e ameaça fornecimento de gás para países europeus

Rússia gas Nordstream-1

A semana começou com tensões acentuadas na Europa por conta do fechamento do gasoduto Nordstream-1 pela Rússia. De acordo com Moscou, a medida foi tomada para ações de manutenção na estrutura, mas os países europeus enxergaram na decisão um ensaio geral para uma interrupção total do fornecimento de gás russo. “Tudo pode acontecer, e temos de nos preparar para o pior”, alertou o ministro alemão da economia, Robert Habeck, que confirmou que o fluxo de gás russo para o país foi totalmente interrompido.

Desde o começo da crise geopolítica na Ucrânia, os países da União Europeia se desdobram para reduzir sua dependência dos combustíveis fósseis russos, tanto para diminuir sua exposição às vontades políticas de Vladimir Putin quanto para fechar uma das torneiras de dinheiro que financia a máquina de guerra russa no leste europeu.

O governo de Moscou, por sua vez, não tem hesitado em ameaçar uma interrupção total do fornecimento de combustíveis no curto prazo como resposta às sanções internacionais. Nas últimas semanas, a Rússia anunciou o fim do fornecimento de gás natural para países como Polônia, Bulgária e Finlândia, sob a justificativa de que as empresas europeias não estão cumprindo com a nova exigência de pagar pelo produto em moeda russa.

No caso de Nordstream-1, as autoridades russas alegam que o fechamento do gasoduto se deve apenas à manutenção programada e que a estrutura deve ser reativada em dez dias. Ao menos no curto prazo, isso não deve trazer maiores problemas para os países europeus, já que a demanda energética no verão costuma ser mais baixa e os estoques de combustível dão conta de atender às necessidades imediatas. 

Para os europeus, a medida é uma maneira de Moscou sinalizar o que pode acontecer caso o fornecimento seja interrompido durante o inverno – o período mais crítico do ano para o mercado energético europeu, com um aumento acentuado na demanda para calefação e aquecimento.

BBC, CNN, Deutsche Welle, Economist, Estadão, Financial Times, Reuters, Washington Post e Wall Street Journal, entre outros, repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 12 de julho de 2022.

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