Seca intensifica crise energética na Europa

seca Europa
FRANCK DUBRAY/ZUMA PRESS

Os europeus testemunham a agonia de muitos de seus rios mais importantes, prejudicados pela maior seca da história recente do continente. Desde o Sena na França, passando pelo Reno na Alemanha e o Pó na Itália, chegando até o Danúbio no sudeste da Europa, o cenário é parecido: onde antes corriam águas caudalosas, agora destaca-se o leito arenoso ressecado.

Em alguns casos, gigantes que serviram por séculos como barreiras militares, contendo o avanço inimigo, agora podem ser atravessados a pé.

Além da falta de água para abastecimento dos consumidores, a seca também está intensificando o aperto energético pelo qual a Europa atravessa desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro passado. Na França, as usinas nucleares enfrentam problemas operacionais, já que usam a água dos rios no seu entorno para resfriar os reatores. Já na Alemanha, a seca do Reno compromete o abastecimento de carvão e combustível no oeste do país, que não pode mais ser escoado como antes pela hidrovia.

“É muito claro que isso piora os problemas de energia da Europa”, disse Fabian Skarboe Rønningen, analista sênior da Rystad Energy, ao Wall Street Journal. “Os baixos níveis dos rios e as altas temperaturas da água afetam tanto o carvão alemão como a energia nuclear francesa, duas das maiores fontes de abastecimento da Europa”. O Valor publicou uma tradução da reportagem.

“Não analisamos completamente o evento deste ano porque ainda está em andamento, mas não houve outros eventos nos últimos 500 anos semelhantes à seca de 2018. Mas este ano, eu acho, será pior”, afirmou Andrea Toreti, do Centro Conjunto de Pesquisa da Comissão Europeia, citada pelo Guardian.

 

ClimaInfo, 15 de agosto de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.