Ecoando cobranças recentes de países em desenvolvimento, o futuro presidente da COP28, Sultan bin Ahmed al-Jaber, defendeu que os governos das nações desenvolvidas avancem rumo a um financiamento “disponível, acessível e viável” para impulsionar a ação climática nas regiões mais pobres do globo. O apelo foi feito durante discurso aos ministros do meio ambiente dos países do G7, na semana passada no Japão.
“Chegou a hora de oferecermos um acordo justo para o Sul Global, especialmente quando se trata de financiamento climático. Eu concordo que precisamos aumentar as ambição, com planos e programas mais ambiciosos. [Mas] isso precisa ser equipado, acoplado e apoiado com planos reais, pragmáticos e acionáveis, viabilizados pelo financiamento [internacional]”, disse al-Jaber, citado pela AFP.
Falando em al-Jaber, a nomeação dele como presidente da COP28 pelos Emirados Árabes Unidos segue causando polêmica. CEO de uma das maiores petroleiras do Oriente Médio, o executivo é visto com desconfiança por ativistas climáticos, que apontam para um conflito de interesses. Afinal, um dos objetivos das negociações climáticas da ONU é acelerar o fim do uso dos combustíveis fósseis, o que afetaria diretamente os negócios da empresa presidida por ele.
Em conversa com o Financial Times, o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, voltou a defender a escolha feita pelos anfitriões da COP28 para o comando das negociações. “Acho injusto culpar o que pode ou não acontecer neste momento em um país produtor de petróleo e gás como os Emirados Árabes Unidos, que já deu passos enormes, historicamente, para estar na vanguarda da transição”, disse.
A despeito das considerações feitas pelo ex-secretário de estado dos EUA, a meta nacional de redução de emissões dos Emirados Árabes é considerada “altamente insuficiente” pelo Climate Action Tracker, como a reportagem bem lembrou.
ClimaInfo, 18 de abril de 2023.
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