Big Oil pode ser responsável por mais de US$ 7 trilhões em “débitos climáticos”

COP27 big oil relatório
Kathleen Flynn/Reuters

Em geral, atribuímos as emissões de gases de efeito estufa aos diferentes países nos quais estas ocorrem. Isso facilita uma análise comparativa da “pegada de carbono” de cada nação, mas traz uma distorção importante: quem emite não é o país, mas sim os atores econômicos. E poucos, pouquíssimos atores econômicos emitiram tanto quanto a indústria dos combustíveis fósseis.

Uma análise divulgada pela Global Justice nesta 4ª feira (9/11) na COP27 mostrou o tamanho da conta carbônica do Big Oil. Somente as cinco maiores empresas do setor (Chevron, ExxonMobil, BP, Shell e Total) são coletivamente responsáveis por 11,38% das emissões históricas globais de CO2. No total, as emissões históricas destas empresas são mais de quatro vezes superiores às dos 150 países com menos emissões históricas combinados e mais de 28 vezes acima das emissões históricas coletivas dos países menos desenvolvidos.

Coletivamente, as cinco maiores petroleiras do mundo podem ser responsáveis por até US$ 64,9 bilhões anuais em perdas e danos nos países do Sul Global, mais afetados pelos efeitos da mudança do clima, até 2030, e até US$ 3,1 trilhões no total entre 2020 e 2050. Quando os custos de mitigação e adaptação são incluídos na conta, essa soma sobe para US$ 8,6 trilhões.

“Este estudo argumenta que as corporações de combustíveis fósseis do Norte Global têm uma responsabilidade distinta por criar e acelerar o caos climático e, como tal, devem reparar as comunidades afetadas”, destacou a entidade. “Um elemento-chave em qualquer processo de reparação desse tipo seria tributar significativamente mais as corporações [do setor fóssil] e usar pelo menos alguns desses fundos para fornecer maiores transferências financeiras para o Sul Global”.

O site inglês i-news deu mais informações sobre o levantamento.

 

ClimaInfo, 10 de novembro de 2022.

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