“Segurança energética é segurança climática”, afirma presidente da COP26

16 de maio de 2022
Alok Sharma segurança energética
Jane Barlow / PA

Seis meses após o encerramento da Conferência do Clima de Glasgow (COP26), o principal líder do ciclo atual das negociações climáticas da ONU alertou que o não cumprimento das promessas feitas pelos países no ano passado na Escócia será um “ato de automutilação monstruosa” que colocará o futuro da humanidade e da vida na Terra em risco. Alok Sharma, ministro britânico que presidiu a COP26, destacou que a crise do setor elétrico e a guerra na Ucrânia não podem ameaçar a cooperação climática global, sob o risco de atrasar de maneira irremediável a ação contra a mudança do clima. 

“As crises atuais devem aumentar, e não diminuir, nossa determinação de cumprir o que concordamos aqui na COP26”, defendeu Sharma em discurso no último domingo (15/5) no Scottish Event Campus (SEC), palco das negociações do ano passado em Glasgow. “Os problemas que enfrentamos hoje ressaltam porque é vital que o façamos e porque devemos honrar os compromissos assumidos na COP26. Deixar de fazê-lo seria um ato de automutilação monstruosa”. O britânico também reforçou o pedido aos países para revisar e fortalecer as metas climáticas nacionais sob o Acordo de Paris ainda em 2022 antes da próxima Conferência (COP27), programada para novembro em Sharm el-Sheikh, no Egito.

O alerta de Sharma é pertinente. A invasão da Rússia à Ucrânia esgarçou o pouco que ainda persistia de boa vontade no âmbito global, espalhando tensão e desconfiança entre as principais economias do mundo. Ao mesmo tempo, a escalada do preço dos combustíveis fósseis, impulsionada desde o ano passado pela retomada econômica pós-pandemia e intensificada pelos reflexos da guerra no mercado, trouxe instabilidade econômica e incerteza política em muitos países, que sofrem com a disparada da inflação e do aumento do custo de vida. Enquanto isso, o clima não deu uma trégua sequer: desde a COP26, eventos extremos afetaram diversas partes do mundo, com fortes chuvas no Brasil, África do Sul e Colômbia, além de ondas de calor no sul dos Estados Unidos e no subcontinente indiano na Ásia. Cientistas reforçaram a gravidade da crise climática no relatório mais recente do IPCC e destacaram a importância da ação imediata e substantiva para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar as comunidades humanas aos efeitos já inescapáveis da mudança climática.

A fala de Sharma em Glasgow teve ampla repercussão na imprensa, com destaques em veículos como BBC, Business Green, Forbes, Guardian, Independent e New Scientist, entre outros.

 

ClimaInfo, 17 de maio de 2022.

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