Pontos de interrogação para a COP27

COP27 perguntas
Brendan McDermid - Reuters

Depois da frustração gerada pela Assembleia Geral da ONU na semana passada, ativistas e observadores temem que as negociações climáticas programadas para a COP27 em novembro no Egito, fiquem esvaziadas.

Como observado aqui, o clima esteve presente nas discussões oficiais da ONU em Nova York, mas com menos proeminência do que em anos anteriores, resultado das tensões geopolíticas causadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia e pela escalada de preços da energia em todo o mundo.

Um reflexo do interesse menor dos chefes de estado e de governo neste ano foi o “cano” dado pelo norte-americano Joe Biden e pelo francês Emmanuel Macron a uma conversa com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, sobre a COP.

Mas a falta de interesse não se limitou a esse encontro: na Folha, Ana Carolina Amaral informou que a ONU até tentou aproximar a discussão climática da tripla crise de energia, alimentação e finanças, mas encontrou resistência dos líderes internacionais.

A atenção menor dos líderes políticos já irrita ativistas, especialmente nos países em desenvolvimento. Uma das demandas que deve ganhar corpo na COP27 é a compensação por perdas e danos provocados por eventos climáticos extremos, uma pauta antiga das nações pobres, mas tradicionalmente empurrada para o final da fila pelos países ricos.

Eventos recentes, como as enchentes históricas no Paquistão e a seca que assola boa parte do Chifre da África, deixaram o tema em evidência. Não à toa, a demanda foi encampada pelos jovens que participaram dos protestos ao redor do mundo na 6ª feira (23/9). A Reuters deu mais informações.

 

ClimaInfo, 26 de setembro de 2022.

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