- Diferentemente de outras questões urgentes, como segurança pública ou alimentação – cujas consequências estão explícitas e são sofridas rapidamente –, as mudanças climáticas são um problema que trará consequências de médio e longo prazo. Porém, para que elas não ocorram, é preciso agir de imediato.
- O jornalista tem a enorme e difícil missão de demonstrar a relação entre atitudes imediatas e consequências futuras e, também, de apontar que os eventos climáticos extremos de hoje são resultado de atitudes passadas.
- Somam-se a esse cenário aspectos como a difícil linguagem dos documentos científicos relativos ao tema, e os interesses de indústrias poderosas, como a de combustíveis fósseis, e de setores atrasados de segmentos do agronegócio, que ainda utilizam práticas nocivas ao meio ambiente e se valem do desmatamento para crescer.
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Comunicar as mudanças climáticas é uma tarefa repleta de desafios, que vão desde a complexidade intrínseca ao tema até a sensação de distanciamento que as pessoas têm sobre o assunto.
A primeira e principal dificuldade enfrentada pelos comunicadores é trazer o sentimento de urgência para a crise climática. Diferentemente de outras questões urgentes, como segurança pública ou a própria alimentação, cujas consequências estão explícitas e são sofridas rapidamente, as mudanças climáticas são um problema que trará consequências de médio e longo prazo. Porém, para que essas consequências, como a dos eventos extremos, não ocorram, é preciso agir imediatamente. Para isso, é crucial modificar padrões de produção e as políticas públicas, e até vencer os interesses das empresas de combustíveis fósseis.
O jornalista tem a enorme e difícil missão de demonstrar esta relação entre atitudes imediatas e consequências futuras e, também, de apontar que eventos climáticos extremos vivenciados atualmente já são resultado de atitudes do passado. “É como se o planeta Terra fosse o Titanic, e a humanidade, seu capitão. Ao saber que há um iceberg à frente, o navio, grande e pesado, precisa corrigir o curso de imediato para não colidir. Se deixar para mudar o curso mais adiante, será tarde demais, e a colisão certamente ocorrerá”, explica Délcio.
Somam-se a esse cenário aspectos como a difícil linguagem dos documentos científicos relativos ao tema, e os interesses de indústrias poderosas, como a de combustíveis fósseis, e de setores atrasados de segmentos do agronegócio, que ainda utilizam práticas nocivas ao meio ambiente e se valem do desmatamento para crescer e lucrar no curto prazo.
As estratégias de negacionistas que disseminam informações falsas, a fim de gerar dúvidas sobre fatos cientificamente comprovados, tornam ainda mais difícil a tarefa dos jornalistas de levar informação e conscientização sobre as mudanças climáticas para suas audiências.
Saiba mais
- Livro “Os mercadores da dúvida”, de Naomi Oreskes e Erik Conway
- Filme Mercadores da dúvida (2014)
- Negacionismo e o aquecimento global, com Profº Alexandre Costa - Clima Sem Fake
- Jovens portugueses processam 33 países por clima - Deutsche Welle
- Jovens processam governo por ‘pedalada’ climática e pedem anulação de meta brasileira no Acordo de Paris - G1