- Fazer um jornalismo investigativo na Amazônia é uma missão que requer um olhar em primeira pessoa, pois trata-se de uma área de proporções gigantescas, com diferentes realidades. O jornalista precisa estar presente in loco, para, assim, poder compreender as especificidades de cada cenário.
- Para entender os conflitos atuais da Amazônia é preciso, antes, se debruçar sobre a forma como a região se desenvolveu e como foi o seu modelo de exploração colonial.
- Não se trata de uma região cuja cobertura pode se dar por meio de intermediários, pois eles só têm a informação após a situação estabelecida.
- A partir desse conhecimento adquirido in loco, o jornalista pode fazer contato com boas fontes. Mas isso deve ser feito sem que perca do radar a necessidade de também observar movimentos internacionais, pois a floresta amazônica é alvo de interesses de muitos países.
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“Praticar jornalismo investigativo na Amazônia é uma missão que requer olhar em primeira pessoa”, afirma Lúcio Flávio Pinto. Por se tratar de uma área de proporções gigantescas, com diferentes realidades, o jornalista que se propõe a desenvolver grandes reportagens naquele território precisa estar presente in loco, para, assim, poder compreender as especificidades de cada cenário.
Lúcio Flávio, vencedor de quatro prêmios Esso de jornalismo, destaca que, para entender os conflitos atuais na região amazônica, é preciso, antes, se debruçar sobre a forma como ela se desenvolveu e sobre como se deu o seu modelo de exploração colonial.
O comunicador que entende as questões postas, os conflitos existentes, e as comunidades envolvidas pode identificar com mais facilidade as histórias que precisam de fato ser contadas. Não se trata de uma região cuja cobertura jornalística pode se dar por meio de intermediários, pois eles só têm a informação depois da situação estabelecida. Contudo, atualmente, é dessa forma que a maioria das empresas jornalísticas atua, recebendo e apurando informações somente por meio da internet. Isso se deve, na maior parte dos casos, devido a questões financeiras e logísticas.
Lúcio Flávio critica esse modelo, por entender que “o jornalismo é a linha de frente. Um bom jornalista é aquele que está vendo a história acontecer, não o que está na retaguarda, imaginando as coisas, sem um conhecimento vivencial”. “A Amazônia não é para amadores. Ela só é entendida, decifrada e interpretada por quem usa todos os recursos possíveis de informação para entender o tema”, sentencia.
A partir do conhecimento adquirido in loco, o jornalista pode estabelecer contato com boas fontes, artifício fundamental para uma boa cobertura investigativa. Mas isso deve ser feito sem que se perca do radar a necessidade de observar também movimentos internacionais, uma vez que existem diversos interesses pelo território.
Saiba mais
- Blog “Lúcio Flávio Pinto – A agenda amazônica de um jornalismo de combate”
- Lúcio Flávio e o Jornal Pessoal – Observatório da Imprensa - TV Brasil
- Amazônia Real
- A Amazônia em Questão
- Na Trincheira da Verdade. Meio Século de Jornalismo na Amazônia
- Cabanagem: O massacre
- Amazônia – Fogo, Sangue e Cifrão
- Jari: Toda A Verdade Sobre O Projeto De Ludwig