- Em locais distantes, o rádio é a conexão com o restante do mundo. É um canal de informação, de aprendizado e também de educação ambiental.
- O jornalista precisa traduzir temas complexos para seus ouvintes de forma simples e conectada a rotina de quem vive a vida na floresta, por exemplo.
- É por meio do rádio que se faz também o caminho inverso, buscando a realidade dessas localidades e relatando-a para o restante do país.
Destaques da aula
Duração
Professor(a)s
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, convivemos com realidades distintas. Em São Paulo, por exemplo, a população é hiperconectada, e o acesso à internet está praticamente universalizado. Em contrapartida, temos comunidades isoladas vivendo nos rincões da Amazônia, onde o único meio de comunicação capaz de chegar é o rádio.
A jornalista Mara Regia, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) conta que rádios de ondas curtas do país são um dos meios de comunicação mais eficientes do Brasil, chegando a lugares nem sempre acessíveis ou com conexão à internet. Para muitos povoados ribeirinhos, no meio da floresta amazônica, programas como o “Viva Maria”, comandado por ela, são os únicos meios de acesso à informação.
Em locais remotos, o rádio é a conexão com o restante do mundo. É um canal de informação, de aprendizado e também de educação ambiental. É por meio dele que as comunidades, por exemplo, aprendem sobre o trato com o açaí, ficam sabendo de uma espécie que está ameaçada de extinção ou ainda recebem orientações sobre saúde e prevenção de doenças.
Esse meio de comunicação é um grande aliado para informações sobre as mudanças climáticas. É preciso que o jornalista traduza temas complexos para seus ouvintes de forma simples e conectada à rotina de quem vive a vida na floresta.
É no rádio, também, que se faz o caminho inverso, buscando a realidade daquelas localidades e relatando-a para o restante do país. Para isso, é preciso ir a campo com cuidado e respeitando às peculiaridades da floresta, que pode ser hostil àqueles que não a conhecem bem.
Nesta aula, a radialista Mara Régia lembrou, ainda, de um caso que marcou sua trajetória. Ela contou a história de Belterra, município da Amazônia, no interior do Pará, onde conheceu o ex-pedreiro chamado de “Seu Lúcio”. Acidentado, ele ficou impossibilitado de trabalhar e passou a viver de galinhas e bananas que criava em seu quintal. Porém, seus animais e suas bananeiras morreram devido ao secante de soja pulverizado pelos agricultores da região em suas lavouras, apesar de a legislação não permitir o uso do veneno próximo a áreas urbanas.
São situações urgentes às quais o rádio é capaz de lançar luz, levando e trazendo informação entre os “diferentes Brasis”, conectando e conscientizando as pessoas.