- A principal fonte de emissão de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil é a mudança no uso da terra, uma classificação que inclui o desmatamento de florestas para uso da terra para atividades agropecuárias, as queimadas para plantio e, inclusive, o crescimento de vegetação em áreas antes degradadas.
- Quando áreas de floresta são desmatadas ou queimadas, este CO2 (dióxido de carbono) é liberado na atmosfera, agravando o efeito estufa e a crise climática.
- Áreas são desmatadas, usadas para agricultura ou pecuária, e depois são deixadas para se regenerar. Essa prática ocorre, inclusive, na agricultura tradicional, onde pequenos produtores queimam áreas para suas roças e posteriormente abandonam o espaço por até dez anos para que o solo crie nutrientes. Em seguida, eles queimam novamente.
- Porém, esta repetição em sequência gera um ciclo vicioso, em que o CO2 lançado agrava as mudanças climáticas e impacta o ciclo de chuvas. Com mais secas, o solo perde qualidade e reduz a produtividade das culturas. As consequências envolvem perda de biodiversidade, mais conflitos pelas terras, insegurança alimentar e migração, dentre outras.
- A mudança desse panorama envolve a quebra do paradigma de que as atividades econômicas só podem acontecer com a retirada da floresta.
Destaques da aula
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Professor(a)s
A principal fonte de emissão de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil é a mudança no uso da terra, uma classificação que inclui o desmatamento de florestas para uso da terra para atividades agropecuárias, as queimadas para plantio e, inclusive, o crescimento de vegetação em áreas antes degradadas.
Nesta aula, a bióloga Joice Nunes Ferreira explica o que são as mudanças nos usos da terra, qual o panorama atual do país, mais especificamente da Amazônia, e quais as possíveis formas de redução das emissões provenientes dessas ações.
Na Amazônia, a floresta original, que nunca foi desmatada, é chamada de floresta primária. São áreas densas de floresta, que estocam até 400 toneladas de CO2 por hectare. Todo este dióxido de carbono está nos troncos das árvores, nas folhas e no solo, o que dá à floresta amazônica o status de maior reservatório de carbono sobre o solo do mundo.
Quando áreas de floresta são desmatadas ou queimadas, esse CO2 é liberado na atmosfera, agravando o efeito estufa e as mudanças climáticas. Além disso, as áreas degradadas, utilizadas para pasto ou agricultura, não são mais capazes de reter a mesma quantidade de dióxido de carbono. Uma floresta secundária – aquela que cresceu depois de ser devastada – retém 40% menos CO2 ante a primária.
Esse processo de mudança no uso do solo acontece de forma contínua na floresta. Áreas são desmatadas, usadas para agricultura ou pecuária, e depois são deixadas para se regenerar. Essa prática ocorre, inclusive, na agricultura tradicional, onde pequenos produtores queimam áreas para suas roças e, posteriormente, abandonam o espaço por até dez anos para que o solo crie nutrientes. Em seguida, eles as queimam novamente.
Porém, tal repetição em sequência gera um ciclo vicioso, em que o CO2 lançado agrava as mudanças climáticas e impacta o ciclo de chuvas. Com mais secas, o solo perde qualidade e reduz a produtividade das culturas. As consequências envolvem perda de biodiversidade, mais conflitos pelas terras, insegurança alimentar e migração, dentre outras.
A mudança nesse panorama envolve a quebra do paradigma de que as atividades econômicas só podem acontecer com a retirada da floresta. É preciso investir em manejo florestal sustentável, criação de sistemas agroflorestais, produção sustentável de alimentos e outras alternativas que mantêm a floresta em pé. Em paralelo, é essencial o combate ao desmatamento.