Mapbiomas – desmatamento na Caatinga

Nesta aula, o professor Washington Rocha, apresenta o sistema de monitoramento Mapbiomas e fala sobre os principais diagnósticos realizados em relação ao desmatamento na Caatinga, bioma predominante no Nordeste brasileiro.

    Destaques da aula

  • O Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa (GEEs) do planeta, e as mudanças de uso do solo são responsáveis por grande parte dessas emissões.
  • Dos alertas de desmatamento na Caatinga, emitidos em 2020, 99,81% tinham indícios de ilegalidade.
  • A região Nordeste recebeu 10 mil alertas de desmatamento emitidos pelo MapBiomas em 2020, dentre 74 mil realizados para todo o país.
  • Em 2020, o bioma Caatinga era o terceiro colocado em alertas de desmatamento no Brasil.

Duração

39 min

Professor(a)s

Washington Rocha é coordenador da equipe Caatinga no MapBiomas, bem como o MapBiomas Árida e o MapBiomas Geocovid. É professor titular da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), com doutorado em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e estágio em Sistema de Informações Geográficas no Geological Survey of Canada. Na UEFS, é vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Terra e Ambientais e diretor do Núcleo de Inovação Tecnológica. Foi superintendente de Desenvolvimento Científico da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, de 2019 a 2021, e assessor de Relações Institucionais da UEFS entre 2007 e 2014.

O Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa (GEE) do planeta, e as mudanças de uso do solo são responsáveis por grande parte dessas emissões. Foi a partir deste cenário que nasceu o MapBiomas, projeto multi-institucional, envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia, que promove o mapeamento anual de cobertura e do uso da terra. 

Trata-se de uma iniciativa coordenada pelo SEEG/OC (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima), iniciada em 2015. A ferramenta recebe dados de diferentes sistemas de monitoramento, refina e disponibiliza essas informações em uma plataforma pública. Os mapas oferecem filtros de intervalos de tempo e recortes territoriais, e podem auxiliar jornalistas e outros interessados no entendimento das dinâmicas da mudança de uso da terra.

Existe ainda o serviço de alertas, criado em 2018, que notifica órgãos responsáveis pela fiscalização quando há algum indício de desmatamento.

Desde que começou a operar, o MapBiomas já diagnosticou um crescimento de 1.456% das áreas dedicadas à agricultura no bioma Caatinga, de 1985 a 2020 – período contemplado nos dados disponíveis no sistema. As informações apontam também uma queda de 10% na cobertura remanescente de vegetação nativa no mesmo período e 48% de aumento nas áreas de pastagem. 80% das extensões desmatadas correspondem a coberturas vegetais de formação savânica, e cerca de 5% estão sobrepostas a Unidades de Conservação. Além disso, 99,81% dos alertas de desmatamento na Caatinga, emitidos em 2020, tinham indícios de ilegalidade.

O monitoramento do bioma Caatinga é especialmente desafiador, devido às características adquiridas pela vegetação no período de seca, com feições difíceis de serem captadas pelos satélites. Por isso, o MapBiomas criou um sistema próprio de alertas, com tecnologia europeia, o SAD Caatinga (primeira plataforma de monitoramento dedicada ao bioma Caatinga), que conta com algoritmos específicos para mapear o tipo de desmatamento que acontece em biomas mais secos.

A região Nordeste recebeu 10 mil alertas de desmatamento emitidos pelo MapBiomas em 2020, dentre 74 mil realizados para todo o país. Em 2020, o bioma Caatinga era o terceiro colocado em alertas de desmatamento no Brasil, e a tendência é que os números de 2021, que serão divulgados neste ano, coloquem a Caatinga em segundo lugar.

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